Greve foi debelada, mas continuamos a trabalhar pelos caminhoneiros, diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro disse que uma possível greve de caminhoneiros foi debelada no país, mas que o governo continua discutindo medidas de apoio à categoria. Ele fez a afirmação na transmissão ao vivo pelas redes sociais, na quinta-feira (25/7), em meio a sucessivas discussões entre representantes do Executivo, transportadores e embarcadores sobre o  frete rodoviário no país.

Nesta semana, o governo federal anunciou a suspensão da nova tabela de preços mínimos do transporte de carga por rodovias, divulgada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Representantes dos caminhoneiros alegavam que os novos parâmetros consideravam apenas o custo, ignorando a remuneração do profissional autônomo pela carga transportada.

Bolsonaro em live que falou sobre os caminhoneiros. (Foto: Reprodução/Facebook)

A metodologia que gerou insatisfação no setor tinha sido feita pela ANTT em parceria com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), que tem um núcleo de estudos sobre logística. Com a suspensão das novas regras, ficam valendo as definidas em 2018 até uma nova decisão.

“O Tarcício continua trabalhando na questão dos caminhoneiros no Brasil. Uma possível greve foi debelada, mas continuamos trabalhando para atendê-los”, disse o presidente, referindo-se ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.

Bolsonaro voltou a destacar entre as medidas a favor dos caminhoneiros, o projeto de lei que muda regras para a carteira nacional de habilitação. O governo propõe o aumento de 20 para 40 a pontuação necessária que leva a perda do direito de dirigir no país. E também ampliar de cinco para dez ano a validade do documento.

“O custo é alto. Pesa para os caminhoneiros, para todos os motoristas. O preço médio para a obtenção de uma CNH (Carteira Nacional de Habilitação) nas condições atuais é de R$ 2 mil”, disse o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Jorge Antônio de Oliveira Francisco, que participou da transmissão.

China
O presidente da República reafirmou ainda seu interesse sem se aproximar mais da China, principal parceiro comercial do Brasil. Relatou na transmissão ter recebido, na quinta-feira, em Brasília (DF), uma comitiva chinesa, com a qual discutiu detalhes da viagem que planeja fazer ao país, no final de outubro.

“A China, como nosso primeiro parceiro comercial, interessa, sim, aprofundarmos as negociações com esse importante país”, ressaltou Bolsonaro, lembrando que o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, esteve em missão no país asiático, o que classificou como uma viagem de “reconhecimento e aproximação”.

Nesta semana, o Ministério da Agricultura anunciou que o governo chinês habilitou 24 unidades industriais a exportar lácteos para o país. A iniciativa marca a abertura efetiva desse mercado para os produtos brasileiros, já que o protocolo sanitário já havia sido assinado há alguns anos.

O Brasil espera do governo chinês a habilitação de mais frigoríficos para aumentar a exportação de carnes para o país. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, deve viajar para a China em agosto. Ela já visitou o país em maio, como parte da agenda de uma missão oficial a diversos países da Ásia.