Reajuste dos pedágios influencia no preço dos alimentos

G1

Em um país onde quase tudo é transportado por rodovias, o aumento no pedágio influencia também no preço final dos alimentos, que está jogando a inflação nas alturas, e deixando o consumidor com poucas alternativas.
“Tudo subiu e dá vontade de ir embora na hora. Quando vai passando pelas gôndolas, vemos que o saário deveria ser o dobro do que recebemos” disse a aposentada Terezinha de Jesus Silva.
Isso acontece porque o custo de vida do brasileiro não para de subir. “ Tudo subiu, é um absurdo. Está difícil” disse o protético William Carlos de Moraes Soares.

A prova mais recente disso foi a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA). De acordo com o IBGE, o IPCA-15 variou 0,54% em julho. Catorze por cento a mais que em junho quando a variação foi de 0,40%.

E pela pesquisa a culpa disso, mais uma vez, é dos alimentos. Isso porque o segmento de alimentos e bebidas corresponde a 69% do resultado final da pesquisa. Aí, com as altas do feijão, do arroz e do leite o resultado do IPCA-15 não poderia ser diferente. “Não pode perder a qualidade, mas temos que procurar os preços mais acessíveis pra gente”, disse o operador de máquina Edson Lopes Brum.

A alta desses produtos assustou até o pessoal dos supermercados. O gerente Marcelo de Souza Campos explica que a unidade onde ele trabalha, em Mogi das cruzes, teve que adotar soluções pra não subir demais os preços e com isso afastar os clientes. “Existe estratégias como buscar outros fornecedores e diminuir a margem de lucro, para deixar o consumidor dentro do mercado”.

E pra complicar ainda mais o IPCD-15 ainda aponta outros aumentos. Despesas mais altas que têm um impacto direto no valor das mercadorias. São os reajustes dos combustíveis e dos pedágios. E como no Brasil o transporte das mercadorias é feito quase todo por rodovias, quando esse custo aumenta, os preços dos produtos aumentam junto. “Você tem um aumento de tudo, mas o salário não acompanha. É o que nos abastece no dia a dia”, reclamou o comerciante João Carlos Brás. O feijão teve aumento médio de 58,6% e o leite de 15, 54%.