Mais de 200 caminhoneiros exigem indenização após espera de mais de 48h para descarga de laranja em Matão, SP

G1 – São Carlos e Araraquara

A espera de mais de 48 horas para descarregar laranjas em um pátio de triagem da indústria Citrosuco, em Matão (SP), gerou prejuízos para cerca de 200 caminhoneiros.

A empresa diz que teve uma “redução na velocidade da operação” e agora os profissionais estão parados exigindo a indenização pelo período que aguardaram. Enquanto isso, a fruta está apodrecendo nos veículos.

Prejuízos

O caminhoneiro Itacir Venturin é de Vacaria (RS) e chegou no domingo com 37 toneladas de laranja, mas até agora não conseguiu descarregar. “Estou ai por conta do dinheiro que tinha no bolso. Não teve adiantamento, nada. O prejuízo é de R$ 700 a R$ 1 mil por dia com o caminhão parado”, afirmou.

Prejuízo também para o Vandoir Pinheiro Souza, que está com o caminhão parado desde sábado. Ele já perdeu cerca de R$ 3 mil. “Em 48h, 50h, você consegue fazer mais duas viagens”.

Caminhoneiros reclamam de espera de mais de 48 horas para descarregar laranjas em Matão (Foto: Reprodução/ EPTV)

Caminhoneiros reclamam de espera de mais de 48 horas para descarregar laranjas em Matão (Foto: Reprodução/ EPTV)

Processo de descarga

A indústria têm quatro pátios e recebe cerca de mil caminhões por dia. Na safra, esse número dobra.

Quando os caminhoneiros chegam na empresa para descarregar eles recebem um aparelho e ficam esperando no pátio. Quando está na hora liberar a carga, eles são acionados e recebem um sinal.

Normalmente, segundo os caminhoneiros, esse processo leva em média 12 horas. Mas desde sábado, eles estão tendo que esperar mais de 48 horas para fazer isso.

Imagem mostra apodrecimento de laranjas em caminhões em Matão (Foto: Arquivo Pessoal)

Imagem mostra apodrecimento de laranjas em caminhões em Matão (Foto: Arquivo Pessoal)

Os caminhoneiros fizeram imagens do pátio mostrando que as laranjas estão apodrecendo. Eles também reclamam da falta de estrutura para aguentar a espera toda. No banheiro faltam pias, chuveiros e limpeza.

“Eles são sujos, não tem manutenção, não tem onde você escovar um dente direito, não tem porta nos 3 banheiros”, afirmou o caminhoneiro Elias Castanha.