OS PEDÁGIOS E A ESTRADA RUIM

Concessão parecia ser a solução de todos os problemas; mas apesar do pagamento de pedágio, que praticamente dobram os custos da viagem, isso não está significando melhor qualidade do asfalto

A duplicação da rodovia Marechal Rondon começou há 20 anos, mas ainda não terminou. Há vários retornos inacabados, alguns sendo construídos agora, na altura dos municípios de Mirandópolis e Guaraçaí. A concessão para uma empresa privada parecia ser a solução de todos os problemas. Mas apesar do pagamento de pedágio que praticamente dobram os custos da viagem, isso não está significando melhor qualidade do asfalto.

Essa semana fizemos o trecho de rotina entre Três Lagoas e Mirandópolis. Porém com a observação maior do chamado leito carroçável da rodovia e nos dois sentidos, foi intensa a “desconformação” do asfalto. Os remendos estão ficando pior que antes em vários pontos. Depressões ou elevações exigem mais da mecânica do carro que se desgasta antes do tempo, ou seja, prejuízo ainda maior para os usuários.

Estamos falando de 40 quilômetros. Não passamos pelo restante da rodovia na Alta Noroeste, pelo menos com essa intenção de verificar a precária condição do asfalto. Em Castilho e Andradina, o acostamento está se esfarelando. Ou seja, em caso de necessidade do escape, o motorista ainda correrá o risco de perder totalmente o controle do veículo.

Para percorrer esses 40 quilômetros o motorista paga 80% do que gasta em combustível. São duas praças de pedágio. Custo que integra um sofisticado sistema de câmeras a vigiar a tudo e a todos, serviços de socorro mecânico e humano. Todos esses itens funcionam ao gosto do usuário. Mas o asfalto está ruim. A privatização deve ser melhor que o serviço oferecido do Estado, ou não se justifica a concessão.

Esse desleixo é incompreensível. Recentemente, o valor dos pedágios foi reajustado, mas ninguém observou qualquer melhoria na qualidade do asfalto, ao contrário, só vem piorando.

Uma das alternativas para preservação da estrada seria controlar o peso dos caminhões. Esse é um dos pontos mais graves. O excesso de peso concentra a carga para reduzir o frete, mas também reduz o número de motoristas. Nas estradas o peso acima do limite do veículo é o principal responsável pela destruição do asfalto. Mas, o Governo tem até medo de mexer com os caminhoneiros, devido às consequências da última greve. E assim caminhamos nós, paulistas do interior, longe das grandes repercussões políticas.